O mundo está atento aos impactos do Covid-19 nas relações humanas, nas formas de trabalho, na economia, na saúde pública etc.
De fato, a situação é nova e não há resposta para todas as dúvidas que surgem no dia a dia. Por isso, o melhor caminho agora seria o diálogo e o bom senso. O problema é que essa dupla aí parece que não se encontra há tempos.
“O produto que encomendei não chegou? Quero meus direitos! Vou resolver na Justiça!”.
“A escola do meu filho não reduziu a mensalidade? Justiça!”
“Não recebi o pagamento daquele boleto? Justiça!”
A expressão “lavar as mãos” é bem popular, e é utilizada para se referir a alguém que quer isentar-se de uma responsabilidade, transferindo-a para outra pessoa.
Ao que parece, ninguém quer se dar ao trabalho de ter uma “DR”, e transfere para o judiciário a responsabilidade de negociar e decidir suas relações e seus direitos. Todos lavando suas mãos.
O senso de coletivo e a empatia também parecem passar longe daqueles que, ao invés de tentar fazer a máquina continuar a girar, querem é quebrar as engrenagens. Que se resolva na justiça!
Diálogo, negociação, bom senso e empatia não matam um vírus, mas facilitam bastante a vida.
Convenhamos: um grande número das ações que assolam o judiciário, principalmente nos juizados especiais, não precisaria de juiz para dizer o direito das partes.
É preciso ter em mente que o papel do judiciário é tentar achar um equilíbrio entre determinadas interações sociais, pautando-se por Princípios diversos, como razoabilidade e proporcionalidade. Porém, é preciso entender que nem todos os percalços do dia a dia precisam ser resolvidos na justiça.
Diálogo, negociação, bom senso e empatia não matam um vírus, mas facilitam bastante a vida.
Espero que ao final disso tudo, possamos aprender muito mais do que lavar as mãos.