Mulheres, liderança e representatividade. O protagonismo da liderança feminina.

Ao longo dos últimos anos as mulheres têm assumido seu protagonismo no mundo corporativo, quebrando pré-conceitos e rótulos sobre suas competências profissionais. Mas as conquistas não anulam o quanto ainda precisamos evoluir e discutir o assunto dentro das empresas.
Publicado em:
17/6/2024
Categoria:
Geral

‍Sim, a representatividade feminina também é um assunto corporativo, como todas as demais questões sociais, e precisamos assumir um papel ativo ao enfrentar esses temas, se quisermos pessoas e resultados melhores nas nossas organizações.

‍Uma pesquisa do Instituto Insper divulgada pelo Valor Econômico, indicou que, em 2019, apenas 13% das empresas brasileiras têm CEO’s mulheres e, em posições de diretoria, somente 26%. Os números revelam que ainda somos minoria em representatividade na gestão das empresas, mesmo com pesquisas que apontam para a relação entre diversidade de gênero em cargos de liderança e maior rentabilidade.

O feminismo corporativo precisa discutir, em especial, as relações profissionais sob os aspectos de respeito e igualdade, e quando trazemos esses conceitos para a realidade, o maior desafio é a liderança de equipes.

‍Um bom líder tem características que podem e devem ser desenvolvidas no processo de liderança, que de modo geral, precisa saber orientar, motivar, gerir conflitos, manter a equipe sob um mesmo propósito e, sem dúvida, saber ouvir.

‍E é papel do líder, independente do gênero, atentar para os possíveis conflitos entre as pessoas de sua equipe, tratá-los de forma adequada e não jogar os problemas para debaixo do tapete. Por isso que as discussões sobre o feminismo corporativo são tão importantes para o desenvolvimento do time.

‍Os exemplos de comportamentos prejudiciais à convivência positiva são inúmeros, a começar pelos rótulos e estereótipos que as mulheres carregam pela vida inteira, e que também são transportados para a vida profissional.

No momento da contratação de um profissional já existe diferença de tratamento. De maneira geral, quando um homem é contratado, os comentários são sobre sua competência profissional, enquanto para as mulheres, os comentários são sobre beleza física.

Durante toda a jornada profissional os rótulos ainda nos perseguem. Precisamos de muito mais esforço para provar nossa capacidade intelectual, realizar o trabalho e conquistar altos cargos. Isso é exaustivo!

A liderança precisa quebrar esse ciclo que, às vezes é inconsciente, e promover um ambiente em que os esforços e as oportunidades sejam iguais.

‍Compreender que cada membro da equipe tem desafios diários fora do ambiente de trabalho e que são extremamente cansativos, traz empatia e aumenta a produtividade do grupo.

‍Também é preciso dar um basta definitivo nos assédios que ocorrem dentro das empresas, e acredito que o assédio psicológico (mobbing) ainda necessita de um diálogo mais aberto sobre o que é, e seus exemplos.

‍As vítimas de mobbing mais comuns são mulheres, que sofrem violência emocional em condutas abusivas e de medo extremo.

Sabe aquele chefe que todo mundo obedece por medo? Ou aquele colega de trabalho que insiste em fazer brincadeiras sobre o tipo físico de alguém? Ou ainda aquele que faz comentários machistas avassaladores que trazem medo e insegurança? Pois é, isso ainda acontece e não podemos permitir.

Às lideranças masculinas fica o alerta sobre os tipos de comportamento que minam os resultados da equipe e da organização. A sensibilidade para liderar é necessária para todos, e ela pode e deve ser desenvolvida.

Outro tipo de comportamento comum nas organizações é o manterrupting, que é a interrupção masculina frente à uma fala feminina, meramente pela distinção de gênero. Isso é muito comum em reuniões de equipe, com clientes e possíveis parceiros. Além de ser extremamente deselegante, essa ação traz insegurança e afeta no resultado de projetos e desenvolvimento de novos produtos.

‍E o manterrupting pode ser extremamente sutil e não ser percebido facilmente, principalmente em reuniões com muitas pessoas. Cabe à liderança ouvir de sua equipe como eles se sentem nesses momentos e como é a sua confiança para propor novas ideias e produtos. Reuniões um a um são fundamentais para isso.

Por fim, queremos falar sobre o mansplannig, que é a mania desagradável que os homens têm de querer explicar pra mulher aquilo que ela já sabe e sem ser solicitado, de forma a promover sua suposta superioridade.

‍Tal como no manterrupting, isso tira a confiança das pessoas e atrapalha no desenvolvimento das equipes e da empresa.

‍Esses são alguns exemplos do que uma liderança não pode admitir, sob qualquer hipótese, em sua equipe. E por passar ou já ter passado por experiências semelhantes é que lideranças compostas por mulheres em um ambiente plural tendem a ter melhores resultados organizacionais.

Às lideranças masculinas fica o alerta sobre os tipos de comportamento que minam os resultados da equipe e da organização. A sensibilidade para liderar é necessária para todos, e ela pode e deve ser desenvolvida.

‍Os grandes resultados vêm, normalmente, das relações construídas com base em respeito e igualdade, e para termos uma sociedade mais justa é preciso começar dentro de casa, ou seja, empresas.

O papel da liderança é dar voz e representatividade para todas e todos, independentemente de seu gênero, idade, cor de pele e condição social ou econômica, e os ambientes de trabalho devem ser um espaço acessível para o desenvolvimento pessoal e profissional.

‍As mulheres e demais minorias devem ter as mesmas oportunidades que os demais profissionais.

Isso é representatividade, igualdade e respeito pelas histórias e competências de cada indivíduo. Já conquistamos lugares que há 20 anos não imaginaríamos e pode ter certeza que chegaremos ainda mais longe.

‍Ao longo dos últimos anos as mulheres têm assumido seu protagonismo no mundo corporativo, quebrando pré-conceitos e rótulos sobre suas competências profissionais. Mas as conquistas não anulam o quanto ainda precisamos evoluir e discutir o assunto dentro das empresas.

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